O II SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE EXCLUSÃO, INCLUSÃO E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO acontecerá entre 22 a 25 de março de 2011, e mais uma vez trará à capital paraibana, os principais nomes da área para debater a questão da inclusão social, como premissa para que possamos construir um país mais humano, democrático e solidário. Sem dúvida alguma, as experiências e pesquisas do Brasil e de outras partes do mundo contribuirão para que possamos vislumbrar alternativas de superação da condição de exclusão em que vive boa parte da população mundial.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
MULHERES COM DEFICIÊNCIA TERÃO ATENDIMENTO ADAPTADO
São inúmeras as reivindicações de mulheres portadoras de necessidades especiais que têm grandes dificuldades em encontrar hospitais que oferecem atendimento adaptado, tanto em entidades públicas quanto particulares. Agora, a realidade de muitas delas pode mudar!
No Jornal Folha de São Paulo de hoje, 09, foi divulgado que a partir do próximo mês, o Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Cachoeirinha (na zona norte de São Paulo), passará a oferecer atendimento especializado a mulheres com deficiência.
Segundo a publicação, o Hospital terá camas especiais para a realização de exames ginecológicos, um mamógrafo que permitirá a mulher submeter-se ao exame sem sair da cadeira de rodas, além de aparelhos para a transferência da paciente ao leito.
A iniciativa, inédita no Brasil, é da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que arcou com metade dos gastos. Já o restante, foi obtido por meio de convênio firmado com o Ministério Público Federal para a conversão de multas de empresas que apresentam problemas nas cotas de emprego para deficientes em aparelhos adaptados para o hospital. Até agora, o investimento foi de R$ 500 mil.
Este é um importante passo para amparar as mulheres portadoras de necessidades que precisam de cuidados especiais. Para tanto, existe a preocupação em treinar e capacitar os profissionais de saúde do hospital e maternidade. Pensando nisso, a secretaria planeja criar um manual de procedimentos, com o objetivo de aborda aspectos comportamentais e morfológicos das pacientes deficiências.
A estimativa é que até o final de 2010, outros quatro hospitais das outras regiões da cidade (sul, leste, oeste e centro) recebam equipamentos adaptados para atendimento a deficiências.
No Jornal Folha de São Paulo de hoje, 09, foi divulgado que a partir do próximo mês, o Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Cachoeirinha (na zona norte de São Paulo), passará a oferecer atendimento especializado a mulheres com deficiência.
Segundo a publicação, o Hospital terá camas especiais para a realização de exames ginecológicos, um mamógrafo que permitirá a mulher submeter-se ao exame sem sair da cadeira de rodas, além de aparelhos para a transferência da paciente ao leito.
A iniciativa, inédita no Brasil, é da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que arcou com metade dos gastos. Já o restante, foi obtido por meio de convênio firmado com o Ministério Público Federal para a conversão de multas de empresas que apresentam problemas nas cotas de emprego para deficientes em aparelhos adaptados para o hospital. Até agora, o investimento foi de R$ 500 mil.
Este é um importante passo para amparar as mulheres portadoras de necessidades que precisam de cuidados especiais. Para tanto, existe a preocupação em treinar e capacitar os profissionais de saúde do hospital e maternidade. Pensando nisso, a secretaria planeja criar um manual de procedimentos, com o objetivo de aborda aspectos comportamentais e morfológicos das pacientes deficiências.
A estimativa é que até o final de 2010, outros quatro hospitais das outras regiões da cidade (sul, leste, oeste e centro) recebam equipamentos adaptados para atendimento a deficiências.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Aventuras acessíveis
Aos poucos, as atividades radicais se adaptam aos deficientes, que surpreendem quando se trata de superar os próprios limites. Confira roteiros no ar, na terra e na água
Mônica Cardoso, especial para o iG São Paulo
Veja também:Museus e atrações adaptadas no mundo
As piscinas naturais do Nordeste
Sentir um friozinho na barriga e o coração disparar são reações comuns nos esportes de aventura. E não são privilégio de poucos. Basta ter coragem para encarar o desafio e superar seus próprios limites.
Aos poucos, centros de ecoturismo e operadoras começam a se adaptar a um público muito especial: deficientes físicos, auditivos, visuais e mentais – que representam quase 25 milhões de pessoas no País.
Com os equipamentos adequados e profissionais capacitados, qualquer praticante pode sentir a adrenalina das atividades radicais. Pensando nisso, selecionamos alguns roteiros no ar, na terra e na água.
SOCORRO – SÃO PAULO
›
Divulgação |
Para se sentir voando na tirolesa, o passageiro vai na horizontal |
Referência nacional no turismo acessível, o Parque dos Sonhos adaptou todas as atividades de aventura. Fãs de esportes radicais podem se esbaldar em 14 opções diferentes nos rios, cachoeiras, grutas e trilhas do complexo, sempre acompanhados por instrutores especializados.
A grande atração é o circuito com sete tipos de tirolesas. A cadeirinha maior e mais confortável foi desenvolvida especialmente para os cadeirantes. Na Tirolesa do Pânico, com um quilômetro de extensão, o visitante cruza literalmente voando a fronteira entre São Paulo e Minas Gerais, a 140 metros de altura em menos de um minuto.
No arvorismo, os corajosos caminham em uma ponte de madeira suspensa entre as copas das árvores, protegida por redes, em um trajeto de 250 metros na copa das árvores. Cansou? Ainda tem acquaride, boiacross, canoagem, rapel...
Parque dos SonhosEndereço: Estrada da Varginha, Km 7
Telefone: (19) 3955-0184
Preços: O preço da entrada é R$ 10. A Tirolesa do Pânico pode ser praticada por todos e custa R$ 30. O arvorismo pode ser praticado por deficientes auditivos, visuais e mentais e custa R$ 40
FERNANDO DE NORONHA – PERNAMBUCO
Zaira Matheus/Divulgação |
A falta de gravidade debaixo d'água facilita os movimentos |
O arquipélago é um paraíso para os mergulhadores que nadam ao lado de peixinhos multicoloridos, golfinhos e tartarugas. E não tem desculpa: qualquer pessoa pode descobrir as belezas desse santuário submerso.
Os instrutores guiam os deficientes visuais que podem tocar nos recifes de corais e ter a sensação de “voar” debaixo d’água. Já os deficientes auditivos levam vantagem na comunicação por meio de sinais.
A ausência de gravidade aumenta a liberdade dos deficientes físicos, que se locomovem com mais facilidade. Além disso, alguns equipamentos são adaptados – como nadadeiras com prótese e luvas espalmadas – para quem tem mobilidade reduzida.
Atlantis DiversEndereço: Praça do Cruzeiro, sem número, Vila dos Remédios
Telefone: (84) 3206-8840
Preço: A partir de R$ 240 para mergulhadores credenciados. Inclui o aluguel de cilindro
BROTAS – SÃO PAULO
Divulgação |
Não faltam corredeiras no percurso do rafting |
Na cidade que é sinônimo de aventura, não falta adrenalina. E com os equipamentos adequados, qualquer pessoa pode encarar as atividades que são de tirar o fôlego. Famosa pelo rafting, o visitante deve se preparar para muitos banhos de água enquanto desce as ondas e corredeiras do Rio Jacaré-Pepira. O passeio ganha um toque extra de emoção quando é feito nas noites de lua cheia.
Já no cachoeirismo, a ideia é descer por rapel os 50 metros da Cachoeira Santa Eulália, ouvindo o barulhão forte da água, com direito a muitos respingos. Os cadeirantes recebem equipamento peitoral e contam com uma mãozinha dos condutores.
Quer apenas sentir o ventinho no rosto enquanto sobrevoa os vales e cachoeiras da região? A dica é o trike, uma asa delta motorizada. Enquanto o piloto dirige o equipamento, a 300 metros de altura, você só precisa apreciar o passeio, que fica ainda melhor no pôr-do-sol.
EcoAçãoEndereço: Avenida Mário Pinotti, 205
Telefone: (14) 3653-9140
Preços: O rafting custa a partir de R$ 80, cachoeirismo desde R$ 35 e trike a partir de R$ 85. As três atividades podem ser praticadas por todos
BONITO - MATO GROSSO DO SUL
Marcelo Krause/Divulgação |
O Abismo Anhumas é uma explosão de sons, cores e percepções |
Quem já visitou o Abismo Anhumas garante: é uma experiência única. E que pode ser adaptada para qualquer praticante. A entrada é por uma fenda na rocha. É preciso descer 72 metros por rapel. Não é necessário fazer força – os condutores estão lá para ajudar.
No interior, um enorme lago do tamanho de um campo de futebol surpreende. A água é tão cristalina que é possível ver os peixinhos mesmo do lado de fora do lago. Os deficientes visuais têm uma experiência sensorial com os ruídos da caverna, a variação de luz e temperatura.
A bordo de um bote pode-se percorrer a caverna, repleta de grandes cones de calcário de até 20 metros de altura, formados há milhares de anos. Para ficar mais perto deles, dá para cair na água gelada e flutuar na superfície em meio às formações rochosas. Já os mergulhadores mais experientes podem ir mais fundo no lago que oferece 40 metros de visibilidade.
Abismo AnhumasEndereço: Rua General Ozório, 681, Centro
Telefone: (67) 3255-3313
Preços: R$ 465 para descida de rapel, flutuação no lago e passeio de bote. Inclui aluguel de equipamento de mergulho
MACEIÓ - ALAGOAS
Divulgação |
As jangadas contam com espaço para fixar cadeiras de rodas |
Quando a maré abaixa, belas piscinas naturais se formam na praia de Pajuçara, em Maceió. Para chegar até lá, distante dois quilômetros da costa, pegue carona nas jangadas de pescadores, que foram adaptadas aos cadeirantes.
Para driblar a areia fofa da praia, rampas de bambus foram construídas para chegar até a beira do mar. Com mais de seis metros de comprimento, elas são maiores do que as convencionais e contam com espaço para fixar as cadeiras de rodas.
Naquele mar azul-turquesa, não deixe de dar um mergulho nas águas morninhas e rasas, cheias de peixinhos. O passeio custa R$ 20 por pessoa e os jangadeiros ficam em uma barraquinha em frente à balança de peixe da Pajuçara.
*Preços pesquisados em fevereiro/2011
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domingo, 20 de fevereiro de 2011
SAMU INFORMA: UTILIDADE PÚBLICA IMPORTANTE
As ambulâncias e emergências médicas perceberam que muitas vezes nos
acidentes da estrada os feridos têm um celular consigo. No entanto, na
hora de intervir com estes doentes, não sabem qual a pessoa a contatar
na longa lista de telefones existentes no celular do c.
Para tal, o SAMU lança a idéia de que todas as pessoas acrescentem na
sua longa lista de contatos o NUMERO DA PESSOA a contatar em caso de
emergência. Tal deverá ser feito da seguinte forma: 'AA Emergencia'
(as letras AA são para que apareça sempre este contato em primeiro
lugar na lista de contatos).
É simples, não custa nada e pode ajudar muito ao SAMU ou quem nos
acuda. Se lhe parecer correta a proposta que lhe fazemos, passe esta
mensagem a todos os seus amigos, familiares e conhecidos.
É tão-somente mais um dado que registramos no nosso celular e que pode
ser a nossa salvação. Por favor, não destrua esta mensagem! Reenvie-o
a quem possa dar-lhe uma boa utilidade.
Coordenadora Administrativa
SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
acidentes da estrada os feridos têm um celular consigo. No entanto, na
hora de intervir com estes doentes, não sabem qual a pessoa a contatar
na longa lista de telefones existentes no celular do c.
Para tal, o SAMU lança a idéia de que todas as pessoas acrescentem na
sua longa lista de contatos o NUMERO DA PESSOA a contatar em caso de
emergência. Tal deverá ser feito da seguinte forma: 'AA Emergencia'
(as letras AA são para que apareça sempre este contato em primeiro
lugar na lista de contatos).
É simples, não custa nada e pode ajudar muito ao SAMU ou quem nos
acuda. Se lhe parecer correta a proposta que lhe fazemos, passe esta
mensagem a todos os seus amigos, familiares e conhecidos.
É tão-somente mais um dado que registramos no nosso celular e que pode
ser a nossa salvação. Por favor, não destrua esta mensagem! Reenvie-o
a quem possa dar-lhe uma boa utilidade.
Coordenadora Administrativa
SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
CARTA PARA ANA
Ana da luta,
você não me conhece
mas eu te escrevo do futuro
daquele futuro que você sonhava, lembra?
Pois é, eu vivo nesse futuro
mas os operários ainda trabalham para enriquecer seus patrões
muita gente ainda não tem onde morar com dignidade
e ainda há muita fome, Ana, muita fome.
Muitas crianças ainda não vão à escola
as escolas hoje oferecem muitos riscos e pouca educação.
A violência crescente colocou armas e drogas nas escolas
adultos que aterrorizam alunos
professores mal pagos
e nada de ensinar civismo, cidadania, filosofia ou política.
Os seres humanos também pioraram bastante,
quase não há pessoas da mesma forja de onde você saiu.
Mas olha, houve sobreviventes à toda a tortura e barbaridade dos anos de chumbo.
Você mesma sobreviveu, e contribuiu para que hoje pudéssemos continuar nos indignando.
Eu aprendi muita coisa com um certo sobrevivente, esse mesmo que me mostrou você
mostrou-me também textos, livros, obituários sobre toda essa luta que ainda hoje continua.
Hoje as pessoas podem se reunir, escolher representantes, discutir idéias...
mas acho que falta gente nova com ideais, sabe, Ana?
Como você, eu também não tenho uma opção prática para o Brasil.
Mas o homem que me mostrou todo esse material também me falou de Victor Hugo, Brecht,
Tiago de Mello e outros assim, e me explicou sobre esse amor que permeia a luta;
me falou dessa coragem que anestesia o medo; me fez ver que o mundo pode não ser agora o mundo que desejamos
mas que foi conquistado o direito de resistir, de contestar, de reagir.
Me ensinou também que a paz é fruto da luta, da guerra; que tudo o que acontece a um de nós atinge a todos.
Que a luta não acaba nunca e que os vigilantes da História estão a postos eternamente: seja aí no céu, onde você está entre as estrelas, junto com os outros guerreiros, ou seja aqui, na terra, como testemunhas vivas que mantem - com as memórias cheias de sangue e uma lista imensa de desaparecidos - as mãos fixas no portal aberto da liberdade, para que ele não se feche nunca mais.
Ana, a noticia boa é que a História colocou no poder uma mulher da luta, que um dia também foi perseguida, que conheceu o processo ditatorial e também sobreviveu.
Agora sim, Ana, a gente tá no futuro, quem sabe seja o futuro que você sonhava.
Mas isso é assunto para uma outra carta, é preciso ainda escrever o futuro para que eu possa contá-lo a você.
Por tudo o que eu não fiz, porque quando eu cheguei você e os outros já haviam feito, as minhas homenagens.
Por tudo o que foi feito, eis aí o tributo da História e o reverso da medalha acontecendo hoje, agora.
Fique feliz, Ana!... Ainda está sendo construída a Hora; está sendo possível mudar a História!
Gisele Maria Zambonini
(*)
Livro que fala das Cartas do Chile . de Jane Vanini
Desigualdade social e renda injusta
Frei Betto
Escritor e assessor de movimentos sociais
Adital
Entre os 15 países mais desiguais do mundo, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Atenção: não confundir desigualdade com pobreza. Desigualdade resulta da distribuição desproporcional da renda entre a população.
O mais desigual é a Bolívia, seguida de Camarões, Madagascar, África do Sul, Haiti, Tailândia, Brasil (7º lugar), Equador, Uganda, Colômbia, Paraguai, Honduras, Panamá, Chile e Guatemala.
A ONU reconhece que, nos últimos anos, houve redução da desigualdade no Brasil. Em nosso continente, os países com menos desigualdade social são Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai.
Na América Latina, a renda é demasiadamente concentrada em mãos de uma minoria da população, os mais ricos. São apontadas como principais causas a falta de acesso da população a serviços básicos, como transporte e saúde; os salários baixos; a estrutura fiscal injusta (os mais pobres pagam, proporcionalmente, mais impostos que os mais ricos); e a precariedade do sistema educacional.
No Brasil, o nível de escolaridade dos pais influencia em 55% o nível educacional a ser atingido pelos filhos. Numa casa sem livros, por exemplo, o hábito de leitura dos filhos tende a ser inferior ao da família que possui biblioteca.
Na América Latina, a desigualdade é agravada pelas discriminações racial e sexual. Mulheres negras e indígenas são, em geral, mais pobres. O número de pessoas obrigadas a sobreviver com menos de um dólar por dia é duas vezes maior entre a população indígena e negra, comparada à branca. E as mulheres recebem menor salário que os homens ao desempenhar o mesmo tipo de trabalho, além de trabalharem mais horas e se dedicarem mais à economia informal.
Graças à ascensão de governos democráticos-populares, nos últimos anos o gasto público com políticas sociais atingiu, em geral, 5% do PIB dos 18 países do continente. De 2001 a 2007, o gasto social por habitante aumentou 30%.
Hoje, no Brasil, 20% da rendas das famílias provêm de programas de transferência de renda do poder público, como aposentadorias, Bolsa Família e assistência social. Segundo o IPEA, em 1988 essas transferências representavam 8,1% da renda familiar per capita. De lá para cá, graças aos programas sociais do governo, 21,8 milhões de pessoas deixaram a pobreza extrema.
Essa política de transferência de renda tem compensado as perdas sofridas pela população nas décadas de 1980-1990, quando os salários foram deteriorados pela inflação e o desemprego. Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam recursos governamentais. Em 2008, o índice subiu para 58,3%.
A transferência de recursos do governo à população não ocorre apenas nos estados mais pobres. O Rio de Janeiro ocupa o quarto lugar entre os beneficiários (25,5% das famílias), antecedido por Piauí (31,2%), Paraíba (27,5%) e Pernambuco (25,7%). Isso se explica pelo fato de o estado fluminense abrigar um grande número de idosos, superior à media nacional, e que dependem de aposentadorias pagas pelos cofres públicos.
Hoje, em todo o Brasil, 82 milhões de pessoas recebem aposentadorias do poder público. Aparentemente, o Brasil é verdadeira mãe para os aposentados. Só na aparência. A Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE demonstra que, para os servidores públicos mais ricos (com renda mensal familiar superior a R$ 10.375), as aposentadorias representam 9% dos ganhos mensais. Para as famílias mais pobres, com renda de até R$ 830, o peso de aposentadorias e pensões da previdência pública é de apenas 0,9%.
No caso do INSS, as aposentadorias e pensões representam 15,5% dos rendimentos totais de famílias que recebem, por mês, até R$ 830. Três vezes mais que o grupo dos mais ricos (ganhos acima de R$ 10.375), cuja participação é de 5%.
O vilão do sistema previdenciário brasileiro encontra-se no que é pago a servidores públicos, em especial do Judiciário, do Legislativo e das Forças Armadas, cujos militares de alta patente ainda gozam do absurdo privilégio de poder transferir, como herança, o benefício a filhas solteiras.
Para Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, no Brasil "o Estado joga dinheiro pelo helicóptero. Mas na hora de abrir as portas para os pobres, joga moedas. Na hora de abrir as portas para os ricos, joga notas de cem reais. É quase uma bolsa para as classes A e B, que têm 18,9% de suas rendas vindo das aposentadorias. O pobre que precisa é que deveria receber mais do governo. Pelo atual sistema previdenciário, replicamos a desigualdade.”
A esperança é que a presidente Dilma Rousseff promova reformas estruturais, incluída a da Previdência, desonerando 80% da população (os mais pobres) e onerando os 20% mais ricos, que concentram em suas mãos cerca de 65% da riqueza nacional.
O mais desigual é a Bolívia, seguida de Camarões, Madagascar, África do Sul, Haiti, Tailândia, Brasil (7º lugar), Equador, Uganda, Colômbia, Paraguai, Honduras, Panamá, Chile e Guatemala.
A ONU reconhece que, nos últimos anos, houve redução da desigualdade no Brasil. Em nosso continente, os países com menos desigualdade social são Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai.
Na América Latina, a renda é demasiadamente concentrada em mãos de uma minoria da população, os mais ricos. São apontadas como principais causas a falta de acesso da população a serviços básicos, como transporte e saúde; os salários baixos; a estrutura fiscal injusta (os mais pobres pagam, proporcionalmente, mais impostos que os mais ricos); e a precariedade do sistema educacional.
No Brasil, o nível de escolaridade dos pais influencia em 55% o nível educacional a ser atingido pelos filhos. Numa casa sem livros, por exemplo, o hábito de leitura dos filhos tende a ser inferior ao da família que possui biblioteca.
Na América Latina, a desigualdade é agravada pelas discriminações racial e sexual. Mulheres negras e indígenas são, em geral, mais pobres. O número de pessoas obrigadas a sobreviver com menos de um dólar por dia é duas vezes maior entre a população indígena e negra, comparada à branca. E as mulheres recebem menor salário que os homens ao desempenhar o mesmo tipo de trabalho, além de trabalharem mais horas e se dedicarem mais à economia informal.
Graças à ascensão de governos democráticos-populares, nos últimos anos o gasto público com políticas sociais atingiu, em geral, 5% do PIB dos 18 países do continente. De 2001 a 2007, o gasto social por habitante aumentou 30%.
Hoje, no Brasil, 20% da rendas das famílias provêm de programas de transferência de renda do poder público, como aposentadorias, Bolsa Família e assistência social. Segundo o IPEA, em 1988 essas transferências representavam 8,1% da renda familiar per capita. De lá para cá, graças aos programas sociais do governo, 21,8 milhões de pessoas deixaram a pobreza extrema.
Essa política de transferência de renda tem compensado as perdas sofridas pela população nas décadas de 1980-1990, quando os salários foram deteriorados pela inflação e o desemprego. Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam recursos governamentais. Em 2008, o índice subiu para 58,3%.
A transferência de recursos do governo à população não ocorre apenas nos estados mais pobres. O Rio de Janeiro ocupa o quarto lugar entre os beneficiários (25,5% das famílias), antecedido por Piauí (31,2%), Paraíba (27,5%) e Pernambuco (25,7%). Isso se explica pelo fato de o estado fluminense abrigar um grande número de idosos, superior à media nacional, e que dependem de aposentadorias pagas pelos cofres públicos.
Hoje, em todo o Brasil, 82 milhões de pessoas recebem aposentadorias do poder público. Aparentemente, o Brasil é verdadeira mãe para os aposentados. Só na aparência. A Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE demonstra que, para os servidores públicos mais ricos (com renda mensal familiar superior a R$ 10.375), as aposentadorias representam 9% dos ganhos mensais. Para as famílias mais pobres, com renda de até R$ 830, o peso de aposentadorias e pensões da previdência pública é de apenas 0,9%.
No caso do INSS, as aposentadorias e pensões representam 15,5% dos rendimentos totais de famílias que recebem, por mês, até R$ 830. Três vezes mais que o grupo dos mais ricos (ganhos acima de R$ 10.375), cuja participação é de 5%.
O vilão do sistema previdenciário brasileiro encontra-se no que é pago a servidores públicos, em especial do Judiciário, do Legislativo e das Forças Armadas, cujos militares de alta patente ainda gozam do absurdo privilégio de poder transferir, como herança, o benefício a filhas solteiras.
Para Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, no Brasil "o Estado joga dinheiro pelo helicóptero. Mas na hora de abrir as portas para os pobres, joga moedas. Na hora de abrir as portas para os ricos, joga notas de cem reais. É quase uma bolsa para as classes A e B, que têm 18,9% de suas rendas vindo das aposentadorias. O pobre que precisa é que deveria receber mais do governo. Pelo atual sistema previdenciário, replicamos a desigualdade.”
A esperança é que a presidente Dilma Rousseff promova reformas estruturais, incluída a da Previdência, desonerando 80% da população (os mais pobres) e onerando os 20% mais ricos, que concentram em suas mãos cerca de 65% da riqueza nacional.
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