terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Aventuras acessíveis

Aos poucos, as atividades radicais se adaptam aos deficientes, que surpreendem quando se trata de superar os próprios limites. Confira roteiros no ar, na terra e na água
Mônica Cardoso, especial para o iG São Paulo
Veja também:
Museus e atrações adaptadas no mundo
As piscinas naturais do Nordeste

Sentir um friozinho na barriga e o coração disparar são reações comuns nos esportes de aventura. E não são privilégio de poucos. Basta ter coragem para encarar o desafio e superar seus próprios limites.
Aos poucos, centros de ecoturismo e operadoras começam a se adaptar a um público muito especial: deficientes físicos, auditivos, visuais e mentais – que representam quase 25 milhões de pessoas no País.
Com os equipamentos adequados e profissionais capacitados, qualquer praticante pode sentir a adrenalina das atividades radicais. Pensando nisso, selecionamos alguns roteiros no ar, na terra e na água.
SOCORRO – SÃO PAULO



Divulgação
Para se sentir voando na tirolesa, o passageiro vai na horizontal


Referência nacional no turismo acessível, o Parque dos Sonhos adaptou todas as atividades de aventura. Fãs de esportes radicais podem se esbaldar em 14 opções diferentes nos rios, cachoeiras, grutas e trilhas do complexo, sempre acompanhados por instrutores especializados.
A grande atração é o circuito com sete tipos de tirolesas. A cadeirinha maior e mais confortável foi desenvolvida especialmente para os cadeirantes. Na Tirolesa do Pânico, com um quilômetro de extensão, o visitante cruza literalmente voando a fronteira entre São Paulo e Minas Gerais, a 140 metros de altura em menos de um minuto.
No arvorismo, os corajosos caminham em uma ponte de madeira suspensa entre as copas das árvores, protegida por redes, em um trajeto de 250 metros na copa das árvores. Cansou? Ainda tem acquaride, boiacross, canoagem, rapel...
Parque dos SonhosEndereço: Estrada da Varginha, Km 7
Telefone: (19) 3955-0184
Preços: O preço da entrada é R$ 10. A Tirolesa do Pânico pode ser praticada por todos e custa R$ 30. O arvorismo pode ser praticado por deficientes auditivos, visuais e mentais e custa R$ 40
FERNANDO DE NORONHA – PERNAMBUCO


Zaira Matheus/Divulgação
A falta de gravidade debaixo d'água facilita os movimentos


O arquipélago é um paraíso para os mergulhadores que nadam ao lado de peixinhos multicoloridos, golfinhos e tartarugas. E não tem desculpa: qualquer pessoa pode descobrir as belezas desse santuário submerso.
Os instrutores guiam os deficientes visuais que podem tocar nos recifes de corais e ter a sensação de “voar” debaixo d’água. Já os deficientes auditivos levam vantagem na comunicação por meio de sinais.
A ausência de gravidade aumenta a liberdade dos deficientes físicos, que se locomovem com mais facilidade. Além disso, alguns equipamentos são adaptados – como nadadeiras com prótese e luvas espalmadas – para quem tem mobilidade reduzida.
Atlantis DiversEndereço: Praça do Cruzeiro, sem número, Vila dos Remédios
Telefone: (84) 3206-8840
Preço: A partir de R$ 240 para mergulhadores credenciados. Inclui o aluguel de cilindro

BROTAS – SÃO PAULO


Divulgação
Não faltam corredeiras no percurso do rafting


Na cidade que é sinônimo de aventura, não falta adrenalina. E com os equipamentos adequados, qualquer pessoa pode encarar as atividades que são de tirar o fôlego. Famosa pelo rafting, o visitante deve se preparar para muitos banhos de água enquanto desce as ondas e corredeiras do Rio Jacaré-Pepira. O passeio ganha um toque extra de emoção quando é feito nas noites de lua cheia.
Já no cachoeirismo, a ideia é descer por rapel os 50 metros da Cachoeira Santa Eulália, ouvindo o barulhão forte da água, com direito a muitos respingos. Os cadeirantes recebem equipamento peitoral e contam com uma mãozinha dos condutores.
Quer apenas sentir o ventinho no rosto enquanto sobrevoa os vales e cachoeiras da região? A dica é o trike, uma asa delta motorizada. Enquanto o piloto dirige o equipamento, a 300 metros de altura, você só precisa apreciar o passeio, que fica ainda melhor no pôr-do-sol.
EcoAçãoEndereço: Avenida Mário Pinotti, 205
Telefone: (14) 3653-9140
Preços: O rafting custa a partir de R$ 80, cachoeirismo desde R$ 35 e trike a partir de R$ 85. As três atividades podem ser praticadas por todos

BONITO - MATO GROSSO DO SUL


Marcelo Krause/Divulgação
O Abismo Anhumas é uma explosão de sons, cores e percepções


Quem já visitou o Abismo Anhumas garante: é uma experiência única. E que pode ser adaptada para qualquer praticante. A entrada é por uma fenda na rocha. É preciso descer 72 metros por rapel. Não é necessário fazer força – os condutores estão lá para ajudar. 
No interior, um enorme lago do tamanho de um campo de futebol surpreende. A água é tão cristalina que é possível ver os peixinhos mesmo do lado de fora do lago. Os deficientes visuais têm uma experiência sensorial com os ruídos da caverna, a variação de luz e temperatura.
A bordo de um bote pode-se percorrer a caverna, repleta de grandes cones de calcário de até 20 metros de altura, formados há milhares de anos. Para ficar mais perto deles, dá para cair na água gelada e flutuar na superfície em meio às formações rochosas. Já os mergulhadores mais experientes podem ir mais fundo no lago que oferece 40 metros de visibilidade.
Abismo AnhumasEndereço: Rua General Ozório, 681, Centro
Telefone: (67) 3255-3313
Preços: R$ 465 para descida de rapel, flutuação no lago e passeio de bote. Inclui aluguel de equipamento de mergulho
MACEIÓ - ALAGOAS


Divulgação
As jangadas contam com espaço para fixar cadeiras de rodas


Quando a maré abaixa, belas piscinas naturais se formam na praia de Pajuçara, em Maceió. Para chegar até lá, distante dois quilômetros da costa, pegue carona nas jangadas de pescadores, que foram adaptadas aos cadeirantes.
Para driblar a areia fofa da praia, rampas de bambus foram construídas para chegar até a beira do mar. Com mais de seis metros de comprimento, elas são maiores do que as convencionais e contam com espaço para fixar as cadeiras de rodas.
Naquele mar azul-turquesa, não deixe de dar um mergulho nas águas morninhas e rasas, cheias de peixinhos. O passeio custa R$ 20 por pessoa e os jangadeiros ficam em uma barraquinha em frente à balança de peixe da Pajuçara.

*Preços pesquisados em fevereiro/2011
Quer saber mais sobre viagem? Siga a gente no @igturismo  

Nenhum comentário:

Postar um comentário