sexta-feira, 11 de março de 2011

Estrogênio pode ajudar na deficiência auditiva em mulheres


Um estudo feito em aves e conduzido por um brasileiro na Universidade de Rochester, em Nova Iorque (Estados Unidos), abre as portas para o desenvolvimento de novas terapias para mulheres que sofrem de deficiência auditiva associada à carência hormonal. A equipe descobriu que o estrogênio, o principal hormônio feminino, é essencial para o processamento das informações sonoras no cérebro e a formação da memória auditiva.


O estrogênio é conhecido por afetar processos como a diferenciação sexual e o humor. Já se sabe também, desde a década de 1980, que o desempenho auditivo está relacionado aos níveis desse hormônio no sangue. Mulheres que se submeteram à retirada dos ovários ou que sofrem de síndrome de Turner, por exemplo, apresentam deficiência de estrogênio e perda da audição. Mas os cientistas achavam que o hormônio agia nas células do ouvido.


O novo estudo, publicado na semana passada no Journal of Neuroscience, mostra pela primeira vez que um hormônio sexual pode afetar a função auditiva no cérebro.


Os pesquisadores, liderados pelo neurocientista brasileiro Raphael Pinaud, analisaram o processamento de estímulos sonoros no cérebro de tentilhões, pássaros que cantam uma única canção que é aprendida após o nascimento, o que faz com que sejam bastante usados em estudos sobre a biologia da comunicação vocal. Esses animais utilizam o reconhecimento do canto para definir seu comportamento em diversas situações, como distinguir parceiros da mesma espécie de competidores.


Após injetarem pequenas quantidades de estrogênio dentro dessa região cerebral e apresentarem o canto de outros tentilhões aos pássaros, os pesquisadores verificaram o aumento quase instantâneo da sensibilidade dos neurônios para captar e interpretar a informação auditiva. Em entrevista concedida ao Ciência Hoje On Line, Pinaud afirmou que esse efeito ocorre porque o hormônio diminui a ação de neurotransmissores inibitórios nos neurônios.
Fonte: 

Fonte: cienciaevida.atarde

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